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O novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal terá como prioridade retomar as obras de habitação social, saúde, educação, esporte e cultura paralisadas no Brasil. Espera-se que o anúncio, realizado pelo presidente Lula (PT) nesta sexta-feira (10/03) em reunião ministerial, seja mais uma vitória para os movimentos de luta por moradia e para as entidades representativas de arquitetura e urbanismo, principalmente, pela garantia do direito a cidades mais justas, qualificadas e com menor segregação social.

De acordo com o presidente, há 186 mil moradias inacabadas no Minha Casa Minha Vida (MCMV) e a retomada das obras será realizada através das gestões estaduais e municipais que terão suas linhas de crédito aumentadas junto aos bancos públicos. A presidente da Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA), Andréa dos Santos, afirma que, além de aumentar o número de moradias populares, “o PAC será também uma oportunidade de enxergarmos a importância dos arquitetos e arquitetas concursados no serviço público. Não só para a elaboração de projetos, mas também para acompanhamento, organização de prioridades, monitoramento, fiscalização, gestão dos processos e implementação das políticas públicas. Tudo isso como uma forma de fortalecer o debate urbano na qualificação das cidades”.

Através de uma nova plataforma de monitoramento, também lançada durante a reunião e batizada de “Mãos à Obra”, as prefeituras poderão atualizar um banco de dados informando todos os empreendimentos paralisados de suas regiões, apontando as prioridades e urgências de retomada. A lista será finalizada até 10 de abril e analisada junto a 417 obras estaduais urgentes elencadas pelos governadores.

O PAC original foi lançado em 2007 com o objetivo de acelerar o crescimento econômico do país com a geração de empregos e de proporcionar melhorias nas áreas de saneamento, energia, habitação, transporte e recursos hídricos das cidades. O governo federal deve rebatizar o projeto com um novo nome nas próximas semanas.

Andréa também destaca que o programa deve causar um forte impacto na qualidade de vida da população. “Com a participação dos governos municipais e dos responsáveis técnicos pelas cidades, que lidam diariamente com os problemas, será possível fazer um planejamento que beneficie o povo. Nossos municípios têm sofrido com o abandono e a falta de infraestrutura dos grandes centros, por isso, esperamos que esses recursos retomem o direito aos espaços urbanos, o direito à moradia e aos territórios coletivos”.

Foto: Marcos Jatahy/@jpfotoevideo

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“Você tem certeza?”. De acordo com a Diretora Jurídica e de Assuntos Legislativos do Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas do Estado de São Paulo (SASP), Angela Silva, essa é a principal pergunta do dia a dia da mulher dentro do mercado de arquitetura e urbanismo. A frequência do questionamento surgiu durante a live “Trabalho e o Campo de Atuação da Arquitetura e Urbanismo”, realizada na quarta-feira (09/03) pela entidade, que procurou debater os desafios, o combate à misoginia e as diferentes áreas de atuação a serem exploradas pelas mulheres. O encontro faz parte das ações pelo 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, e ainda contou com a participação da Diretora de Estudos, Pesquisas Técnicas e Desenvolvimento Profissional Adjunta do SASP, Daniella Farias Scarassatti, e da Diretora de Relações Institucionais e Políticas Públicas, Marineia Lazzari Chiovatto. É possível conferir o debate completo no canal do YouTube do Sindicato.

É consenso entre as profissionais que é uma rotina dentro do mercado de trabalho de arquitetura as mulheres terem sua autoridade questionada. “Temos que nos defender o tempo todo. Seja as nossas ideias, seja o nosso conhecimento técnico. Estamos sempre correndo atrás de formação e capacitação e, ainda assim, precisamos convencer de que estamos certas”, destaca Daniella. A explicação está por trás do fato de vivermos em uma sociedade patriarcal, que estimula as meninas a serem comedidas e a não disputarem os espaços de poder. Marineia explica que é possível ver essa realidade, inclusive, no dia a dia das cidades. “Somos ensinadas a sentar com as pernas fechadas e a ocuparmos o menor espaço possível, até mesmo em um transporte público, onde o homem, por exemplo, toma conta de 70% de um banco no ônibus”. A Diretora de Relações Institucionais do SASP ainda exalta que é preciso criar uma rede de apoio entre as mulheres e permitir que as mesmas se tornem protagonistas de suas carreiras.

Espaço para esse protagonismo não falta. Com o crescimento das ferramentas tecnológicas, as áreas da arquitetura e do urbanismo se tornam cada vez mais amplas. Angela destaca a necessidade de sensibilizar as mulheres a explorarem os diferentes campos de atuação e fazerem arquitetura além do projeto. Perícias, banco de dados, licitação, avaliação imobiliária, acessibilidade, patrimônio histórico e área ambiental – no que diz respeito ao meio ambiente e a construção de espaços – são apenas alguns dos campos atualmente disponíveis e, em muitos casos, ainda dominados por homens. As profissionais também levam ao debate o quanto a arquiteta pode ser agente de transformação. “Nossas trajetórias e nossas vivências nas cidades, enquanto mulheres, são fatores essenciais nesse trabalho voltado à moradia popular e ao desenvolvimento de territórios sociais”, afirma Daniella. De acordo com as profissionais, isso se dá em conta da vivência feminina enquanto mãe, trabalhadora e, em muitos casos, como responsável pelos espaços familiares, compreendendo que a função da habitação vai além da moradia.

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